domingo, 17 de outubro de 2010

E mais.

Sinto falta como quem morre.Não posso mais deixar de ir.E sei que de noite,quando ele me chamar,irei.Foi com ele que aprendi.Quando de noite ele me chama para o inferno,eu vou.Ninguém sabe,ninguém vê.De madrugada eu nos verei exaustos junto ao regato,sem saber que crime cometemos.A noite é a minha vida,entardece,a noite feliz é a minha vida triste.Minha orgia infernal era o próprio martírio humano.Estou sentindo o que eu queria sentir ou estou sentindo o que precisaria sentir?
Não quero.Mas não posso me impedir de me sentir toda ampliada dentro de mim.E se isso é o inferno é o próprio paraíso:a escolha é minha.Eu é que serei demoníaca ou anjo.No fundo somos tão,tão felizes.A esperança é um filho ainda não nascido,só prometido e isso machuca.Sei que ao mesmo tempo quero e não quero mais me conter.A revelação de amor é uma revelação de carência.
É na desilusão que se cumpre a promessa e é por isso que antes se precisa passar pelo inferno.O amor é tão mais fatal do que eu tinha pensado,o amor é tão inerente quanto a própria carência e nós somos garantidos por uma necessidade que se renovará continuamente.O amor já está,está sempre.Falta apenas o golpe da graça-que se chama paixão.A graça da paixão é curta.Eu sempre havia pensado que a realização é um final e não contara com a necessidade sempre nascente.

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