segunda-feira, 25 de outubro de 2010

No mundo de Caio [3]

Preciso ter certeza que inventar o nosso encontro sempre foi uma intuição,não mera loucura.Francamente,seu silêncio me dá nos nervos.Seria isso então?Você só pode dar quando não é solicitado?E quando pedem algo você foge em desespero?Este é um ponto importante:ir,sobretudo,em frente.Quero muito te amar e encontra-me contigo.Mas não sei se conseguiremos.E tudo por aqui,na verdade,vai bem.Pulo os poços,quando pintam-e como pintam.
Reconstituo os pedações,a gente enfeita o cotidiano,tudo se ajeita.Parece difícil de enxergar que insistir nisso é perda de tempo,é perda de vida em uma causa perdida.No meio da fuga você aconteceu.Foi você,não eu quem buscou.Mas o dilaceramente foi só meu,como só meu foi o desespero.Tá tudo bem assim,só que rouba o sentido,entende?Ou a ilusão de sentido que quero ter de vida.E fico sentindo falta do seu jeito lento de chegar,pisando em nuvens,sempre azul.
Encontrei o amor.Ele não é real,mas o que há de se fazer?A gente não pode ter tudo na vida.Amanhã,depois,acontece de novo,não fecho nada,continuamos vivos e atrás da felicidade.A gente se entrega nas menores coisas.Ousadias do coração que saca,na hora,a intensidade do lance.E não disfarça.Nunca tinha sido tão intenso,nem tão bonito.Nunca tinha tido um jeito assim.
Eu pensei várias vezes em dar um fim nisso,não fiz porque eu sabia que ia me arrepender e voltar atrás.Ela não queria entrar noutra história,porque doía.É demasiado esforço,excessiva dor e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância.Decidi me poupar mais.Tem sido difícil e nem sei se há recompensa.Talvez,quem sabe,me sentir melhor comigo mesma.Dentro de mim,guardo sempre seu rosto e sei que por escolha ou fatalidade não importa.

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