terça-feira, 26 de outubro de 2010

No mundo de Caio [4]

Eu simplesmente amo,acordo e vou dormir com ele em meus pensamentos.Me pergunto sempre se você não teceu em volta de mim uma porção de coisas irreais.Sei perfeitamente quando uma lembrança começa a deixar de ser uma lembrança para se tornar uma imaginação.Deu vontade de ficar mais tempo junto,deu vontade de levar essa história até o fim.Esse vício de eternidade que a gente tem.De certo modo aquele beijo ainda ardia.
Agora eu me tornei uma pessoa daquelas que cuidam para não se envolver.Já tenho um passado,tenho tanta história.De todos aqueles dias seguintes,só guardei três gostos na boca:de vodca,de lágrima e de café.Para matar um desejo,é preciso viver,nem que depois você morra junto com ele.Esse é o problema dos desejos,eles não aceitam não como resposta.Você só coloca um ponto final nele se for até o fim.Não há mais nada a ser feito.Ficar desesperado e arrancar os cabelos não resolve nada.
Aprendi a amar menos,o que foi uma pena e aprendi a ser cínica com a vida,o que também foi uma pena,mas necessário.Te espero de braços abertos.Bem aventurados os doidos de pedra.Era extraordinário que ele conseguisse assim perturbar os cantos dos meus lábios.Fazia tempo que eu não tinha vontade de sorrir para nada nem para ninguém.Querer?Querer a gente inventa.Talvez o mal é que a gente pede amor o tempo todo.
Estou toda sensível,as coisas me comovem.Invento estorinhas para mim mesma,o tempo todo,me conformo,me dou força.Mas a sensação de estar sozinha não me larga.Eu me sinto ás vezes tão frágil.Queria me debruçar em alguém,em alguma coisa,alguma segurança.De alguma forma,às cegas,às tontas,tenho feito o que acredito,do jeito talvez torto que sei fazer.Não vamos enlouquecer nem nos matar,nem desistir.Pelo contrário:vamos ficar ótimos e incomodar bastante ainda.

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